Biografia de António Sérgio de Sousa

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António Sérgio nasceu em Damão (antiga Índia Portuguesa), em 3 de setembro de 1883.   

Foi dos pensadores mais marcantes do Portugal contemporâneo, com uma vasta obra que se estende da teoria do conhecimento, à filosofia política e à filosofia da educação, passando história e divulgação do ideal cooperativista. Escritor, pensador e pedagogo português, a sua vida foi dedicada à reforma educacional em Portugal. Filho de um almirante, que foi Governador do Congo Português, passou a sua meninice em África, e só depois se veio radicar em Lisboa (1893). Foi aluno da Escola Naval, mas deixou a Marinha pouco depois de publicar Notas sobre os sonetos e as tendências de Antero de Quental (1908). Como político desde cedo foi um democrata convicto.

Sob o ponto de vista dos conteúdos doutrinários, Sérgio utilizou a geometria analítica e a física matemática que, aliadas a profundas implicações humanas e sociais, regendo o comportamento e a ação de cada um no todo social de que faz parte, foram a base do seu contributo interpretativo da sociedade da época e propostas para o seu desenvolvimento futuro. São disso corolários: uma doutrina cooperativista a nível da economia; uma doutrina democrática a nível da organização política da sociedade; uma filosofia da educação e uma conceção da pedagogia que encara a criança e o jovem como seres ativos e criadores; finalmente, uma teoria da cultura e uma teoria da história que o lançaram em polémicas célebres sobre os rumos de Portugal.

Defendeu que é no indivíduo, em cada indivíduo, que a unidade da consciência se manifesta: «caminhe-se para a liberdade através da liberdade»! Neste contexto formulou a sua doutrina sobre o socialismo cooperativista, surgindo-lhe o cooperativismo como a forma de organização social mais consentânea com a sua conceção do homem como ser ativo e criador. Com a proclamação da República, passou a trabalhar a favor da reforma da educação no nosso país. Assim, foi um dos fundadores do movimento denominado Renascença Portuguesa, fundamentalmente voltado para as questões educacionais. Criou e dirigiu também várias revistas e jornais que tratavam dessas matérias, como a revista Pela Grei (1918). Foi titular da pasta da Instrução Pública (1923), no ministério reformista de Álvaro de Castro. Com a ascensão de Salazar ao poder, foi obrigado a exilar-se em França e Espanha, de onde regressou a Portugal abrangido por uma amnistia.

Morreu em Lisboa a 24 de janeiro de 1969.

Dos seus livros mais importantes destacam-se: Educação cívica (1915) e os oito volumes de Ensaios (1920-1958).